15/09/2011

Poesia: "Esperança de um negro"

Minha gente não foi gente...
E, ainda hoje, às vezes não.
Minha gente mostrou o dente...
E, ainda hoje, não olham seu coração.

Sou sofrido, sou escravo.
Não digo que fui, mas que sou.
Sou o bandido, sou o errado.
Muitos ficam se digo que vou.

Mas minha gente é lutadora,
É valente, é guerreira!
Minha gente é promissora.
Mente afro-brasileira.

E eu sou cultura, sou memória,
Sou herança de um povo
Com loucura, com história
E esperança em algo novo.

Tenho meu canto, minha língua,
Tenho dons para mostrar.
Tenho meu jeito, minha ginga,
Tenho muito pra falar.

Não quero vingança contra aquele
Que maltratou o meu povo.
Quero aliança com ele,
Para ver a paz de novo

Sim, quero paz, quero amizade
Com todos, apesar de tudo.
Quero o Brasil, de verdade,
Sendo o melhor povo do mundo!

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